Estou com uma crise de idiotice e não sei por onde começar. A gaja pirou-se? Pirou-se! Pirou-se, a parva! Até parece. A culpa é das cuecas fio-dental. Odeio gajas que usam cuecas fio-dental vermelhas de cetim e rendas em Dezembro. Não me interessa se são sexy-chique e adaptáveis à toca da fêmea. Enervam-me. Transformam-me num palerma agitado e com ar provinciano, dada a coloração amarela-esverdeada que adquiro em alguns pontos da testa e demais face. Além disso, dou comigo a espirrar e a coçar activamente as rótulas (eu disse rótulas - com acento agudo no o -, e não rotulas, aquelas plantas angioespermas da família boraginaceae). Ainda sei o que digo. Se a semente anda escondida, a culpa não é dum gajo. É delas e das cuecas de cetim e rendas. E não vale a pena envermelhar. Se bem que eu, há uma hora atrás, envermelhei tanto que me enfiei na casa de banho e me sentei na retrete a bater pé, à espera que a gaja se enfiasse na cama e me passassem os calores alérgicos. Além disso odeio observá-las a deambular pela baiuca na biqueira dos amendoins, descalças e a abanar subtilmente a garupa, como se nada fosse. Se ganhassem calos ou constipassem a rectaguarda de cada vez que se lembrassem de fazer um disparate desses, já não tinham ideias dessas, de certeza.
Bem, na verdade, não consigo odiar as gajas. Mas odeio as cuecas. E a culpa é do pançudo monta renas. Quem é que me mandou, a mim, ir de escadas rolantes?
Bem, na verdade, não consigo odiar as gajas. Mas odeio as cuecas. E a culpa é do pançudo monta renas. Quem é que me mandou, a mim, ir de escadas rolantes?
Zé Manel.
